terça-feira, 31 de julho de 2012

Treinamento e Superação - Olimpíadas X Vida Cristã

As Olimpíadas de Londres estão a todo vapor. Treinamentos exaustivos e superação de limites físicos e mentais são as condições aceitas pelos competidores, a fim de alcançarem tempo e força quase sobre-humanos. As vitórias fazem os atletas se esquecerem das dores por que passaram, e ainda incentivam o mundo inteiro a se espelhar, usando-as de forma análoga frente as competições pessoais de cada um.

Se pensarmos bem, a vida cristã passa por estes dois importantes aprendizados - treinamento e superação. Após conhecermos e sermos tocados pela palavra revelada por Deus, normalmente passamos a estudar sobre seus detalhes, os motivos de cada um de seus estágios, a sua razão principal de existência, e os personagens que compuseram a sua história ao longo de séculos.

No entanto, a partir desse instante não há como não nos depararmos com as dificuldades enfrentadas pelos homens que viveram amparados pela fé que vem de Deus, superando assim os infortúnios da exclusão social ou o medo da morte que esta escolha lhes proporcionasse.

Por falar em superação, quem não se lembra da suíça Gabrielle Andersen nas Olimpíadas de Los Angeles, em 1984? Participante da primeira competição de maratona feminina, Gabrielle entrou no estádio olímpico debaixo de forte calor para completar os últimos metros de prova. Seu estado físico estava comprometido. Desidratada e sofrendo pelas câimbras, ela cambaleou entre uma raia e a outra até cruzar a linha de chegada, e tudo debaixo de aplausos emocionados do público que assistia. Só aí então aceitou ser amparada por três pessoas que a esperavam com os braços abertos. Tornou-se um símbolo da superação e da persistência.

Muitas vezes os esforços que levam o atleta ao caminho da vitória, ele encontra nas últimas reservas de energia que lhe restam. O mesmo pensamento deve nortear àqueles que buscam a ressurreição no dia da volta de Jesus a esta terra. O treinamento e a superação dos que abraçam a verdade revelada por Cristo ocorre até o momento de nosso último suspiro, e se alguma aprovação lhe parecer impossível, a fé se apresenta como a reserva a ser usada. Assim como no esporte de competição, também a palavra de Deus nos ensina a observarmos estas fases.

O treinamento se dá pela leitura diária da palavra, pela oração intercessora, pelo evangelismo, pela adoração a Deus, pela comunhão entre os irmãos de fé, e nos instantes em que estendemos às mãos ao necessitado, alimentando assim nosso espírito para que no momento da superação, estejamos preparados. E esta, mesmo sendo incompreensível aos olhos do mundo, certamente é a fase que nos conduzirá à vitória. Pela superação podemos esperar, por exemplo, momentos de perdão em que apareça ser insano ter que concedê-lo, abrir mão de hábitos tidos por ingênuos, ou ainda, aceitarmos por amor a Cristo, a possível exclusão do seio familiar ou social.

"... por um pouco de tempo devam ser entristecidos por todo tipo de provação. Assim acontece para que fique comprovado que a fé que vocês tem, muito mais valiosa do que o ouro que perece, mesmo que refinado pelo fogo, é genuína e resultará em louvor, a glória e honra, quando Jesus Cristo for revelado ." (1 Pedro 1:6-7)

Por mais que pareçam rigorosos todos este treinamento e superação apresentados pela palavra de Deus, contamos com a presença do Espirito Santo, e assim como Gabrielle Andersen foi amparada por três pessoas na chegada da maratona das Olimpíadas de Los Angeles, nós estamos sendo esperados no momento da ressurreição pelo Pai, pelo Filho Jesus e pelo Espírito Santo, tendo a nossa volta não uma multidão de homens e mulheres movidos pela compaixão de nosso esforço, mas por milhares de anjos celestiais que entoarão cantos de louvor a Deus, fazendo com que o mundo inteiro ouça que a obra de redenção se completou.

Fonte: Blog Megaphone ADV

segunda-feira, 30 de julho de 2012

A Igreja Automática


O culto estava lindo. Era a primeira vez que eu visitava a Igreja Automática. Havia poucas pessoas, mas isso não tinha a menor importância. O que realmente importava era que a cerimônia começava e terminava na hora exata. Todos os equipamentos funcionavam com perfeição.
Pontualmente às 8:30hs um sistema de automação abria os portões e portas da igreja, e ligava o ar condicionado central. Às 8:45hs era ligado o aparelho de DVD conectado a um vídeo projetor, devidamente posicionado, e o serviço de cânticos era iniciado, tudo automático, sem precisar de intervenção humana nem regente.

A iluminação e a temperatura ambiente eram muito adequadas, tornando o lugar aconchegante. A plataforma, antigamente utilizada pela Escola Sabatina e o Culto Divino, foi substituída por uma ampla tela de projeção, mesmo porque ninguém iria utilizar mais aquele espaço, e as janelas laterais mais próximas foram devidamente escurecidas para melhorar a qualidade da imagem. A música era muito agradável. O sistema de som fora adquirido sob encomenda para o tamanho e formato do ambiente, utilizando a melhor tecnologia disponível. Instrumentos como piano ou outros instrumentos musicais de som ao vivo era coisa do passado, pois precisavam de pessoas para funcionar, e isso era ruim, porque pessoas erram ou faltam. Uma nova coleção de DVDs do Hinário foi adquirida para garantir confiabilidade em qualquer ocasião.


Ao terminar os momentos de louvor prévio, teve início a Escola Sabatina, transmitida via satélite. O informativo mundial é transmitido diretamente do local onde os fatos ocorreram, mostrando pessoas e lugares, dando mais realidade e uma melhor compreensão da mensagem.

As mensagens musicais eram videoclipes de cantores já consagrados, o que garantia a qualidade. Nesse ponto, a Igreja Automática era um espetáculo, um show. Cantores de outros países também apresentavam. Cantavam em outros idiomas, com legendas mas nem precisava, porque se alguém quisesse saber do que se tratava a letra da música, poderia buscar a tradução na internet.


A lição era transmitida ao vivo via satélite, sendo portanto explanada de forma geral, e não havia momentos de divisão em unidades, porque isso tomaria muito tempo. Cada pessoa registrava seu estudo diário e trabalho missionário em um terminal na entrada. As ofertas e os dízimos também eram entregues na entrada, onde havia um terminal bancário para transferências eletrônicas. O dinheiro em espécie deixou de ser utilizado na igreja, sendo apenas utilizado na forma de cartões de crédito ou débito em conta.

Essa medida deixou a igreja mais segura, evitando assaltos. Também fora contratado um seguro, e um bom sistema de câmeras de vigilância instalado, para impedir o roubo dos equipamentos. Como funcionava sem precisar de pessoas, a igreja era tecnicamente à prova de erros.


Após o fim da lição, a Escola Sabatina era rapidamente encerrada, dando início ao Culto. Os anúncios incômodos foram substituídos por flashes rápidos inclusos no rodapé do telão, e enviados a cada membro presente por e-mail. Essa medida economizou vários minutos da programação. Os hinos congregacionais eram sempre regidos pelo DVD, assim como as mensagens de boas vindas, invocação e leitura de púlpito antes das ofertas. 



As pessoas não cantavam muito, mas a música do DVD era tão bem produzida, e o volume um pouco mais alto, que não se ouvia muito a voz dos presentes. Na realidade eles nem precisavam cantar, já que o DVD vinha o play-back do hino com o vocal incluso. Assim, se um hino não fosse conhecido, se ninguém cantasse, não tinha a menor importância, o que realmente importava era que a programação era impecável e terminava no horário previsto. 


O sermão era apresentado por um pastor muito conhecido, que havia produzido algumas séries de DVDs. Cada sábado era apresentado um dos sermões da série programada. Toda a programação era gravada com antecedência, e a igreja recebia um pacote de DVSs semestralmente. E o tempo era cronometrado: em exatos 25 minutos o sermão terminava.
Assim a Igreja Automática dependia menos do pastor que, às vezes, cometia o pecado de falar até quase meio dia.


Ninguém levava mais a Bíblia e o Hinário para a igreja, porque todas as passagens bíblicas eram mostradas no telão, assim como as letras dos hinos cantados. O estudo diário da Bíblia e da Lição também deixou de ser muito importante, porque a lição apresentada vinha com muito mais informação do que nas lições impressas. E as meditações Matinais eram também produzidas em CD, possibilitando serem ouvidas no som do carro enquanto as pessoas iam ao trabalho, dispensando o culto familiar, que tomava tempo.


O trabalho missionário, esse sim, teve uma mudança radical. Nada de distribuir folhetos, ministrar cursos e estudos bíblicos. Se uma pessoa mostrasse interesse, bastava fazer uma cópia do DVD com uma série de estudos bíblicos e doar para o interessado, dizendo que ao terminar de assistir o DVD, se estivesse interessado no batismo, bastaria passar um e-mail para o endereço apresentado no último estudo, e agendar o batismo. Pessoas com espírito verdadeiramente missionário já andavam com uma ou duas cópias do DVD, prontas para qualquer eventualidade. Estudos doutrinários em livros do Estudo de Profecia também eram coisa do passado. Ninguém precisava saber muito para responder perguntas, bastava ter o DVD certo, que tudo se resolvia. 


O engenheiro responsável pelo projeto da Igreja Automática estava também trabalhando em um módulo chamado Igreja em Casa, para ser assistido via internet, dispensando a presença das pessoas no local da igreja, o que seria ainda mais cômodo e econômico. Um segundo passo do módulo Igreja em Casa poderia ser transmitido com hora agendada, dispensando a obrigatoriedade do horário, permitindo dormir até mais tarde no sábado, e assistir a programação durante o almoço, por exemplo. Esse módulo seria pago, dispensando o assinante das ofertas.


Uma forma de batismo virtual também já estava sendo estudada, a fim de diminuir ainda mais a dependência do pastor. Sem pastor, a estrutura de distritos e associação também deixaria  de fazer sentido, bastando um único estúdio produzir o material e distribuir pelo país inteiro. Imagine quanta economia. Isso também garantia que todos recebessem o mesmo conteúdo a cada culto. 

A Igreja Automática tinha sua programação destinada a alimentar espiritualmente os membros da igreja de forma coletiva. Necessidades individuais teriam que procurar alguma outra solução de forma particular. 
Uma coleção de DVDs estava à disposição para os variados fins, como cerimônia fúnebre, aniversário, apresentação de crianças, as principais datas comemorativas e até para tirar dúvidas sobre assuntos doutrinários específicos. O lema da Igreja Automática era: "há sempre um DVD para você".



Antes da Igreja Automática, havia a necessidade de preparo espiritual individual, do culto familiar, do estudo da Bíblia e da atuação do Espirito Santo na vida de cada cristão para dar-lhes o poder de testemunhar.
Naqueles tempos, um discípulo precisava apenas de uma Bíblia para evangelizar. Sua vida era o reflexo do que pregava. Um pastor ou irmão era mais conhecido pela conduta, pelo conhecimento e pela forma como se relacionava com as pessoas. Hoje, os equipamentos e a tecnologia substituíram quase tudo isso. O contato pessoal está sendo substituído pelo virtual, e o conhecimento pelo equipamento. 
O povo outrora conhecido como da Bíblia, atualmente é o povo do DVD, do notebook e do vídeo-projetor. A julgar pelo rumo que estamos tomando, aonde realmente chegaremos?

FRIEZA NA IGREJA! 






  



sábado, 7 de julho de 2012

Conversa a dois

Antes, o seu prazer está na lei do Senhor, e na Sua lei medita dia e noite. Sal. 1:2 

O mundo de Jeremy Levin virou de cabeça para baixo quando ele foi capturado por muçulmanos xiitas, e feito refém no vale Bekka, no Líbano. Chefe do escritório da CNN em Beirute, Levin sentiu isolamento e medo. A única vez em que podia ver alguém era quando os sequestradores o levavam ao banheiro, uma vez por dia. Agachado no canto de um quarto sem janelas , mês após mês, Jeremy precisava conversar. Mas temia que, se conversasse consigo mesmo, poderia ficar louco. 
Então pensou em conversar com Deus.

No começo, sentia-se desconfortável. Embora fosse neto de um rabino, Jeremy decidira que acreditaria somente em coisas concretas, que pudessem ser tocadas e sentidas.
Rejeitou sua herança religiosa. Mas com tão pouco para tocar e sentir naquela solitária cela, Jeremy voltou-se para Deus  e logo percebeu que estava tendo uma conversa a dois.

Orar é mais do que um monólogo. Ao meditarmos e abrirmos o coração a Deus, Ele fala. Seu Espírito nos impressiona. Na correria do século XXI, sua voz é abafada pela agitação diária. Mas o salmista descreve o justo como alguém que diariamente medita na lei de Deus (Sal. 1:2), nas obras de Deus (Sal. 77:12) e em Deus, na vigília da noite (Sal. 63:6).

A meditação cristã, como parte de uma significativa vida de oração, é muito diferente do misticismo ocidental. Ela não é uma tentativa de clarear a mente; é uma tentativa de preencher a mente. Meditando no amor, na bondade e na generosidade de Deus, somos cheios dEle. Nesses momentos de quietude, Ele se aproxima de nós.

"As relações entre Deus e cada pessoa são tão particulares e íntimas, como se não existisse nenhuma outra por quem Ele houvesse dado seu bem-amado filho." - Caminho a Cristo pág. 86.

É na atmosfera da meditação que Deus impressiona nossa alma. Pegue sua Bíblia e procure um lugar calmo, pela manhã bem cedo, ou à noite. Leia, e peça que Deus lhe fale através de sua palavra.

Na quietude, ouça sua voz!

Pr. Mark Finley - Sobre a Rocha

Fonte: blogsetimodia